Nêga, está online? Sete, seis, cinco....

Eu e Ângela em João Pessoa (2012 - fomos para o casamento do sobrinho Gabriel, com Gabriela)

Quando eu era pequena lá em Barra Mansa - dois meses antes de completar três anos de idade - Ângela, a caçula dentre os cinco irmãos Pelegrineti Lourenço, nasceu. Dizem as más línguas de plantão que eu aprontei um berreiro fenomenal, que eu não me conformava e não aceitava a nova irmã de forma alguma! Gente, cresci com este peso na consciência, me achando a mais egoísta das criaturas!! Qualquer briguinha que rolasse entre a gente, vinham logo dizer: 'a Mariza não se conforma de ter perdido o trono de caçulinha'! Só me "liberei do trauma" e tive a certeza que minha reação foi a mais normal do planeta, quando nasceu minha filha Gabriela. Tiago, até então o caçula, não queria que eu a amamentasse! Era preciso que o pai se trancasse com ele na sala, enquanto eu dava de mamar. Durante todo o tempo ele esmurrava a porta, chorando e gritando: mãe, abi a pota, mãe, abi a pota! Ciúmes, apenas isto.

Mamãe e Ângela,

com seu penteado de gotinha da Esso

Porém, o tempo passa, o tempo voa e agora estou eu aqui, em Niterói, onde moro desde os nove anos de idade (bota tempo nisto!) matutando com a família como organizar uma festa de comemoração pela volta da caçulinha Ângela ao Brasil. Há cerca de quatro anos, ela e o marido, Evandro, foram viver na Nova Zelândia, onde já morava a filha deles, Isabel e o marido, Lucas. Sim, a festa será para a mesma irmã que, dizem por aí, roubou o meu trono de "caçulinha". Verdade seja dita, nunca achei que este trono tenha existido na nossa família. O trono sempre foi para um rei, jamais para uma rainha, se é que me entendem! Mas isto é conversa pra outro texto. O tema hoje é ela, a "Nêga, a Gelita, a Teacher, As mãe, a Gotinha da Esso, a Baixinha, a Raspa do Tacho!" Falando sério, acho que Ângela e Raspa do Tacho são excelentes nome e apelido para ela. Por quê? Vou ver se consigo me explicar.

Angela significa anjo, mensageira. Indica uma pessoa bondosa, que busca manter um clima de harmonia no lar, na escola e no trabalho. É leal com todas as pessoas que a rodeiam, e por isso, conquista a simpatia delas. Procura ser diplomática e polida, mas quando precisa dizer uma verdade doída, não hesita nem um pouco (fetalmed.net)

Ângela foi o nome mais certo, o que mais serviu como uma luva à sua dona, dentre todos daqui de casa. Deu para confirmar isto nestes anos em que ela viveu na Nova Zelândia, para onde levou grande parte da doçura da família. Como a raspa de doce grudada no fundo do tacho, esta doçura sempre fez e fará parte da sua personalidade. Além dela - quando me refiro ao núcleo familiar restrito aos cinco filhos de Maria Helena e Ary, noras e genros - só há mais uma 'menina' com este 'super poder'. Na medida do possível, durante a ausência da Ângela, ela deixou que este poder aflorasse um pouco mais. Um doce, a quem descobrir quem é!! hehehehehe

Voltemos a Ângela, a musa inspiradora do texto de hoje!! Como fez falta este açúcar, que sempre "deu liga" à maioria das nossos relacionamentos! Entre a mãe e os cinco filhos, entre os muitos sobrinhos, entre a Vó e os netos, entre os cunhados, entre todos que convivem com nossa família. É sempre Ângela quem traz a palavra de apoio, de força, de entendimento. Tivemos que enfrentar momentos difíceis por aqui, como a pandemia e outros tantos que não vou listar, pois já superamos ou estamos a caminho da superação. Como "somos todos farinhas do mesmo saco", optamos por administrar a saudade e a falta que ela nos fez e focar nas conquistas deles do outro lado do mundo e da turma que aqui ficou. Posso admitir, não foram poucas conquistas, nem lá, nem cá. Tanto na vida profissional, como pessoal! Afinal, somos muitos nesta grande família.

Parte da família em viagem: retorno de

Governador Valadares, MG, onde foi a cerimônia de casamento

de Eduardo (filho de nossa irmã Eloísa) e Sabrina

Uns tornaram-se pós-graduados. Outros, graduados. Teve gente que conseguiu estágio. Alguns foram aprovados em concurso, começaram a trabalhar na profissão, fizeram cursos e palestras internacionais, ganharam prêmios e promoções. Uns passaram por momentos difíceis, com problemas sérios de saúde. Outros chegaram lindamente na nossa família, transformando, da noite pro dia, nossas crianças em pais e mães e os adultos, em avós e avôs! Alguns mudaram de casa, de cidade, de estado civil. Assim, apesar de sabermos que esta é a ordem natural da vida, que acontece com todas as famílias, ganhamos força para seguir em frente, mesmo com Ângela tão longe! Sabíamos que "As long as I'm strong"- ou "enquanto eu tiver forças", como sempre disse nossa mãe - cada um de nós continuaria tocando a vida, torcendo por tudo de bom que acontecia lá e cá.

As três irmãs juntas, via whatsapp,

aguardando o nascimento de Sophia

Nestes últimos 4 anos, desistimos de tentar entender a incoerência de nossos sentimentos. Optamos por simplesmente aceitá-los. Apesar de felizes por eles estarem vivendo em um país tão mais seguro que o nosso, não conseguimos deixar de desejar que decidissem retornar ao Brasil. A "Baixinha", como nosso querido sobrinho mais velho, 'Binhão', gosta de chamar a tia Ângela, partiu para Nova Zelândia com a pretensão de não voltar a viver aqui. Lá viveu experiências inesquecíveis, acompanhou o nascimento das primeiras netinhas, Sophia e Júlia. Lá fez seu curso de pós-graduação desejado, conheceu e criou laços de amizade com pessoas do mundo todo. Enquanto o mundo enfrentava a pandemia, eles tiveram a felicidade de estar isolados e praticamente a salvo deste momento devastador para o resto da humanidade!

Finalmente iremos conhecer a Sophia!! Prepare sua bochechas, lindeza!!

Um país lindo, seguro, moderno, momentos maravilhosos! Quem não sonha com uma vida assim? Mas, apesar de tantas coisas boas, acho que "As mãe" - como Ângela é carinhosamente chamada por Isabel, sua filha e mãe de suas netas - sentiu que a "Raspa do Tacho" ainda tem muito o que adoçar na vida da família que ficou no Brasil. Ela sentiu que a "Gotinha da Esso" precisava voltar e espalhar entre nós a energia boa que sempre foi sua marca. Entendeu também que a "Teacher", por melhor que seja pelo mundo virtual, consegue aprender e ensinar com muito mais alegria ao vivo e a cores, e que o reencontro com seus alunos será delicioso. Assim, para nossa alegria, ela e Evandro estarão de volta daqui a poucos dias!!!

Claro que estamos vibrando e felizes com o retorno. Por isto, enquanto fazemos a contagem regressiva por aqui, Nêga, respire fundo e alimente-se destas paisagens exuberantes que tem visto na Nova Zelândia. Traga cada segundo vivido guardado nesta sua memória prodigiosa, pois estamos prontos para ouvir as muitas aventuras. Pra dizer a verdade, estamos ansiosos para a sua chegada e a de Evandro e, pouco dias depois, pela visita de Isabel, Lucas, Sophia e Júlia, que ainda nem conhecemos ao vivo e a cores, mas que já amamos imensamente!

Júlia, prepare estas bochechas!!!

Demais de linda!!

Por motivos extremamente opostos ao da música que você gosta tanto de 'performar' - I'll Survive, de Glória Gaynor - sobrevivemos até o dia de hoje. Fiz uma versão nova da letra, especialmente para você. Mas a partir de agora, a música número um da sua playlist, que você tem que cantar e curtir, é óbvia, é clichê, e já está na playlist da "provável" festa: Tô voltando!, o hino eternizado por Simone:

"Pode ir armando o coreto e preparando aquele feijão preto

Eu tô voltando
Põe meia dúzia de Brahma pra gelar, muda a roupa de cama
Eu tô voltando..."

Aperte o play aí no seu Spotfy e vai treinando a voz. Porém, não se assuste se daí de Auckland, a 12.270 km de distância de Niterói, ouvir a 'embromation' que eu inventei e canto daqui (perdoe o inglês errado!!)

"Oh

Come on, come on ,

walk through" the door

Just "get in" now

'Cause" you're welcome anytime"

Weren't you the one

who tried "to love me coming by?"

You think I'm crazy

You think" I'd say again good bye?'

Oh no, not I, I will survive

Oh, as long as I know how" to love you ''

I know I'll stay alive