O revisor
Sou jornalista do tempo em que as máquinas de escrever olivetti e lexikon eram nosso instrumento de trabalho. Que computador, que nada! Os melhores textos dos grandes jornalistas deste país eram escritos na redação, um ambiente barulhento, com muitos fumantes e laudas e folhas de papel carbono pra todo lado. Apesar de todo o barulho, principalmente no horário próximo ao fechamento da edição do dia, a gente escrevia como se cada um estivesse isolado numa sala, sem qualquer interferência. Como? Não sei explicar, mas na hora em que eu pegava as 3 laudas, recheava com duas folhas de papel carbono, colocava na máquina e preenchia o cabeçalho da reportagem - identificando repórter, fotógrafo, editoria, e assunto - se dava a mágica! Obviamente não era assim todos os dias, mas na maioria deles. Também, não havia outra opção: ou você aprendia a trabalhar assim ou jamais trabalharia num grande jornal. Ao terminar seu texto, uma das cópias ia direto para o revisor, que faria as cor