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No trem, rumo a Cardiff |
Meu filho Lucas é um dentre os milhares de estudantes
brasileiros que estão no exterior como bolsistas do programa Ciências sem
Fronteiras, do Governo Federal. Até setembro de 2013 ele estudará Animação na
University of Wales, em Newport, País de Gales. Poucos meses após a sua ida
para a Europa, ele sugeriu que eu olhasse um novo grupo no facebook, criado
para atenuar a saudade entre mães e filhos: o ‘mães sem fronteiras’.
O grupo, obviamente, foi formado por mães saudosas como
eu. Apesar do pouco que vi no facebook, elas me pareceram, além de saudosas, “dramáticas”! Tudo bem, você vai me perguntar: ‘qual mãe não é dramática’? Honestamente, acho
que não existe uma sequer, nem EU! Apesar disto (rsrsrsrs), ao olhar rapidamente
a página, vi que não era pra mim: “Um grupo destinado a todas
as mães que estão sofrendo com o processo dos filhos participantes do programa
Ciência Sem Fronteiras. Vamos chorar juntas! ” Só este comecinho foi o suficiente pra eu ‘me incluir fora
desta’! É bom frisar, porém, que não tenho absolutamente nada contra o grupo e
que não estou julgando ninguém.
“Tô fora, Lucas!” – disse eu. “Esse grupo não combina em nada
comigo (ou vice-e-versa)! Não vou ficar aqui, no Brasil, triste por você estar
desfrutando de uma ótima oportunidade como esta! Só choro se for de inveja!” –
brinquei com ele.
Determinada a não chorar a minha saudade pelo mundo virtual,
caí na real, juntei minha família, o restinho das minhas economias, do Walter e apelei
para o FMH (Fundo Maria Helena) para partirmos rumo ao Velho Mundo! Foi, sem
dúvida, uma ‘boa ideia’! Vamos combinar que matar as saudades do filho que não vê há seis meses, conhecer a Europa e ainda ganhar um abraço bem
apertado, um beijo e um chamego dos filhos, do maridão e da
mãe, no dia do aniversário, em Londres, pela primeira vez na vida, não tem
preço! UFA!!!
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Os presentes ao meu aniversário londrino |
Para completar, ainda teve a cereja do bolo: neste dia
conheci a Isa Webb, prima do Walter. Há mais de 30 anos na Inglaterra, Isa nos
levou para conhecer nada mais, nada menos, que a sede da BBC, em Londres, onde ela trabalhou e onde seu marido ainda trabalha. Foi
uma visita rápida mas inesquecível, especialmente para mim, há tantos anos
longe de uma redação!
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Agora, alguém me diga: preciso chorar por meu filho estar
tendo uma chance como esta e nós ainda pegarmos uma caroninha, de leve, em sua
viagem?
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