Segundo tempo
O outono chegou oficialmente há dois dias, na quinta-feira, 20 de março de
2014, às 13h57. Exatamente neste momento o sol incidiu com maior intensidade sobre as regiões
próximas à Linha do Equador - eu estava na praia
da Vila, em Saquarema, e senti na própria
pele! - originando o fenômeno chamado Equinócio de Outono. A palavra equinócio é a junção de dois
termos latinos aequus (igual) e nox (noite)
e nos dias em que ele acontece o dia e a noite têm exatamente a mesma
duração: 12 horas. Além do outono, pra
mim chegou também uma nova idade. Como deixei pra trás uma “boa ideia” – os
meus 51 anos – ficarei bastante feliz se, assim como em dias de equinócio, em que
noite e dia têm exatamente a mesma duração, eu tenha mais 51 anos para aproveitar
a vida...
Podem
me chamar de sonhadora, mas minha família tem vida longa e não pretendo fugir à
regra! E por que não sonhar? Afinal, estou na meia idade e ainda tenho tanta coisa boa no mundo para aproveitar, tanto lugar pra
conhecer, tanta coisa pra aprender, tanta gente pra bater um bom papo, não é
mesmo? Basta esquecer um pouco os jornais, as notícias ruins, as tragédias da
natureza, a corrupção, a arrogância e a ganância e olhar para outros lados. Uma
boa ideia teve a minha irmã, que decidiu ouvir música na hora do jornal na
tevê. Não estou dizendo para ficarmos alienados, mas sim para sermos mais
seletivos. E diminuir o ritmo desta vida louca que, muitas vezes, não leva a
nada.
Como
escrevi lá no primeiro parágrafo, eu estava na praia quando o outono chegou.
Tive o privilégio de passar os últimos cinco dias em Saquarema, uma cidade que
gosto mais a cada ida. Sem qualquer sombra de ansiedade, ainda na praia, dei
uma checada no meu facebook para ver as mensagens pelo meu aniversário. E no
meio delas meu amigo Lindinor Laranjeira havia compartilhado uma notícia sobre
a prisão do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, pela operação
lava-jato, da Polícia Federal. Quando vi o post um filme rápido passou pela minha cabeça.
Trabalhei na Petrobras na época em que ele foi diretor. Tempos de prestígio e
poder para ele. Tempos de muito trabalho para nós, meros jornalistas! Olhei à
minha volta – uma praia imensa, praticamente vazia, um mar maravilhoso, um sol
delicioso. E me lembrei de um velho slogan da Petrobras:“O que você quer sonhar agora?”
feliz aniversário!
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