Sábado 7 de setembro e o desfile na Moreira

Atire a primeira pedra quem jamais ficou observando as pessoas que caminham pela cidade, com suas roupas, seus estilos esportivos, sofisticados, bregas, elegantes, despojados ou simplesmente bizarros e inacreditáveis? Pois bem, depois  de um  ‘longo e tenebroso inverno’ recolhida dentro de casa por conta de uma troca de medicação mal sucedida , finalmente coloquei a cara na rua no último sábado, dia 7 de setembro e fui dar uma volta pela Moreira César, rua de excelente comércio no meu bairro.

oglobo.globo.com

Há alguns anos não encontraria sequer uma loja aberta, afinal, Dia da Independência do Brasil não era dia de trabalhar, mas sim de assistir ao desfile cívico na maioria das cidades do país. Mas, como a independência virou uma história em algum lugar do passado e grande parte dos brasileiros está com a corda no pescoço, encontrei  as lojas abertas – o que não significa que todas estavam cheias de consumidores! Eu precisava  comprar dois presentes de aniversário mas, bem antes de resolver a compra, tive que dar uma parada técnica para  me recuperar de um mal estar. Medicada, sentei-me num dos bancos em frente ao Shopping  Cine Center e comecei  a assistir ao `desfile` de meus conterrâneos.

Sozinha, ali sentada, pensei nos desfiles de 7 de setembro e fiquei feliz! ` Aqui está muito mais interessante`   - pensei! Tem crianças lindas, birrentas, levadas, dormindo no carrinho, gente gorda, magra, alta, elegante, desconjuntada, exagerada, bonita, feia, bem vestida, mal vestida, alegre, indiferente, sofisticada,  triste, apressada e eu, esperando melhorar e assistindo ao vai-e-vem.

Daí a pouco chega meu marido e começo a fazer comentários sobre o ``desfile`! Natural, não? Já estou até ouvindo minha filha: `Claro que não mãe! Não está certo ficar `julgando` as pessoas!

_ `Você faz parte do ‘do esquadrão da  moda`? Perguntou o maridão! Kkkkkk ...tive que rir, logo eu que ando com qualquer roupa, mas sempre tento equilibrar as escolhas!

Agora, diga lá, leitor: você repara ou não nas pessoas? Pois então, expliquei a ele que não estava  condenando ninguém, apenas observando para passar o tempo. O que tinha de errado? Afinal, ao sair de casa a gente se arruma pra se sentir bonita, se sentir bem, né mesmo? Se eu estava fazendo algo errado, o que dizer daqueles que saem por aí fotografando as pessoas nas ruas e publicando suas street pictures em grupos de whatsap , facebooks e afins? O site 500px, que reúne fotógrafos do mundo todo, por exemplo, está, no momento, escolhendo  a foto vencedora de um concurso de foto de moda das ruas (street style)!

Deixei  de lado a patrulha do maridão e continuei assistindo ao desfile. Ele acabou aceitando meus comentários, só  demorou a entender como o vestir pode ser algo coerente ou não. Tentei explicar que era o conjunto,  a escolha da roupa que lhe cai bem, com os acessórios, o ambiente, etc ,etc.  Se entendeu eu não sei, mas hoje me lembrei de um bom exemplo de coerência total neste quesito: o desfile de Gisele Bündchen na cerimônia  de abertura nas Olimpíadas do Rio, em 2016! O que foi aquilo, minha gente? Linda, loura e suave por aquela passarela olímpica, encantando pessoas ao redor do mundo! Aí já não é mais coerência, é covardia! Voltemos ao mundo real! Afinal, sempre haverá Giseles por aí, prontas a serem descobertas pelos olheiros do mundo da moda, ou pelos simples observadores do `esquadrão da moda`, como eu!