Brasil, a árvore das nossas vidas

Estamos a 18 dias do primeiro turno da eleição presidencial que, certamente, mostrará ao mundo que país é este. Mais do que isto: estamos a um passo de expor, sem cortes, quem é de verdade este povo que, desde que nasceu, encanta ‘gregos e troianos’. Um encantamento que inicialmente pode surgir apenas pela beleza física do brasileiro – resultado da mistura de tantas raças – ou pelos nossos talentos, nossa malemolência, musicalidade, alegria, sangue bom, criatividade e garra.

Infelizmente, nos últimos anos, sente este encantamento somente quem está do outro lado da fronteira, quem ainda lança sobre nós um olhar romântico e fantasioso. Não que na nossa essência não tenhamos tudo isto. Sempre fomos um povo com todas estas e muitas outras qualidades. Mas hoje, só quem é brasileiro, só quem ainda vive aqui, sabe, como diz o poeta, ‘a dor e a beleza de ser o que é”.

O que todos nós, brasileiros, temos encarado diariamente são as dores da fome, da miséria, do descaso, da insegurança, da violência, do desrespeito. Todos nós, brasileiros, temos sido expostos a mazelas que foram anunciadas aos quatro ventos, nas últimas eleições, mas que para muitos eram apenas balelas, eram apenas divagações. Apesar de reconhecermos que fome, violência e desrespeito não começaram agora, estávamos conseguindo vencê-los.


Ter que encarar dia a dia o crescimento desta dura realidade, que já fazia parte do nosso passado, ainda que recente, quase nos fez perder a esperança e um dos pilares que sempre nos sustentou. Talvez o pilar principal: quase perdemos o sentimento de pertencimento. Pertencer ao povo brasileiro sempre foi motivo de orgulho. Sempre ‘vestimos’ a camisa do Brasil. Sempre empunhamos juntos nossa bandeira. Mas perdemos essa unidade nas últimas eleições. Nosso país rachou. Como nunca na história.

Rachou. Mas os ventos que anunciavam aos quatro cantos do mundo o nosso futuro de dor, aos poucos dissiparam as nuvens que cegavam muitos dos que neles não acreditaram. Passado algum tempo, muitos viram que os alertas eram verdadeiros. Não preciso relembrar aqui tudo o que temos enfrentado. Está na mídia. Está nas ruas. Está na casa de cada um de nós. Ou na pele, dos que não tem mais casa, no estômago, de quem passa fome.

Acredito que possamos dar um basta nesta realidade, nas próximas eleições e retomar o caminho que estávamos trilhando. Acredito que ninguém esteja, em sã consciência, feliz com o Brasil de hoje. Acredito que, se não somente pelo amor que ainda temos pelo nosso povo, pelo nosso país, mas ainda pela dor, que todos sentimos, conseguiremos trazer de volta este sentimento de pertencimento. Este sentimento de esperança e o orgulho ao dizer, sou brasileiro!

Depende de nosso voto, decidirmos isto no primeiro turno. Não escolha o voto útil, não prolongue a agonia de nosso povo.




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