Um dia...


Não sabia que ontem, 30 de janeiro, era o Dia da Saudade. O Facebook mais uma vez me alertou, assim como alerta: “hoje é o aniversário de fulano”! Não entendo bem o porquê deste dia, já que sentimos saudades todos os dias. Mesmo assim, como estou com saudades de escrever, vou “plagiar” minha amiga Maria Rachel e escrever um pouco sobre o quê e de quem tenho saudade.

Sinto muita saudade de todos que fizeram parte da minha vida e já se foram... minhas  avós, meu pai, minha prima Bethel, o tio Nelito , a Dinha, pra citar apenas os mais próximos. Esta é uma saudade doída e para sempre. Sinto também muita saudade do meu filho Lucas Pelegrineti, que está morando fora desde setembro de 2012. Já esta é uma saudade ‘feliz’, pois ele está tendo uma oportunidade maravilhosa e logo estaremos juntos novamente. 

Saudades do tempo em que não existia celular, internet, facebook, 300, 400, 600 amigos virtuais, mas sim amigos  que lembravam do seu aniversário sem precisar do face... Saudade de passar a tarde na casa de amigas irmãs, como a Lúcia Márcia Gomes Barbosa, papeando  ao vivo e a cores e, à noite,  continuar a conversa na Praia de Icaraí. Dezenas de adolescentes ficavam encostados nos carros estacionados na praia até tarde, sem medo de serem assaltados... Saudade de tomar o sorvete com calda de chocolate quente da Sorveteria Snob, na Rua Presidente Backer... Em tempo: adoro o mundo virtual, mas sou muito mais o real!!

Saudade de entrar no fusca com meus irmãos, pai e mãe sem saber pra onde iríamos; de passar o dia do aniversário com minha mãe, na CSN, em Volta Redonda e ficar subindo e descendo de escada rolante, ou apontando o lápis no apontador elétrico...Saudade de gritar “passa correndo, passa correndo” pro meu pai, todas as vezes em que íamos a Volta Redonda e cruzávamos  uma pequena ladeira, ou, ainda, “tudo é lindo, tudo é lindo, tudo é lindo pra mamãe”, quando viajávamos e ela ia reparando as belezas da estrada e nos mostrando! Saudade de assistir Tom e Jerry nas manhãs de domingo, no cine Riviera, em Volta Redonda e passar as tardes  ouvindo futebol no quintal da tia Déa. Das férias na fazenda  de minha tia Mirtes, em Barra Mansa, com primos, amigos e muita goiabada cascão e queijo feitos por ela, além das compotas ... Saudades  do mingau de maisena com canela que a Dinha levava na cama, logo cedo e eu ia comendo pelas beiradas, do arroz doce da Vó Hilda...

Saudade dos tempos em que  eu era uma das poucas “cafonas” que sempre queriam tirar fotos de tudo e de todos! Podia ser dentro de casa ou na praia de Ipanema, mas tinha que ser rápido, ou os amigos que estavam comigo ficavam envergonhados!!!  
Baía de Guanabara - Campus da UFF - Niterói
Saudades de pegar o ônibus ‘velho’ da Viação Riviera, na Rodoviária Novo Rio, sexta-feira à noite, para passar o final de semana em Elói Mendes, no sul de Minas... Atravessávamos a Serra das Araras e a Serra da Mantiqueira  pra ficar com os primos e amigos batendo papo na praça, pra ouvir as serenatas embaixo da nossa janela, pra ir de carona num caminhão para uma ‘roça’ e chupar mexerica no pé, para ir dançar na Sede, pra beber sodinha de abacaxi ou vaca-preta... Durante os outros dias da semana trocávamos cartas e mais cartas! Esta também é uma saudade boa, dentre tantas outras que se contasse aqui este texto viraria um livro de memórias!

E, finalmente,  sinto muita, mas muita saudade de quando as pessoas respeitavam mais umas às outras. Saudades do tempo em que não havia bancos de idosos nos ônibus e metrôs, simplesmente porque não precisava: as pessoas mais jovens não fingiam estar dormindo para não ceder seus lugares. Incrível, mas era comum você ouvir as ‘ palavrinhas mágicas’ bom dia, por favor  e obrigado. Enfim, saudades  do tempo em que se podia andar mais leve e livre pelas  cidades, do tempo em que respeito era  uma palavra comum, com significado para a maioria das pessoas e a Lei de Gérson não imperava! 

Pra quem sequer  imagina quando foi isto, dou uma dica: a trilha sonora para tudo o que citei poderia ser a mesma do programa de rádio “Good Times 98”! Se nunca ouviu ou não entendeu, procure no You tube, no Google, ou pergunte no face. Pelo menos um, dentre todos os seus amigos virtuais, irá lhe dizer quando foi isto e, quem sabe, ainda poderá compartilhar trechos deste texto por sentir as mesmas saudades ...

Niterói, 31.01.2013

Comentários

  1. nossa tia Mariza, me emocionei, lindo texto!!
    falando em saudade..sinto mta saudade de todos vcs!!!!
    Aposto que o almoço de despedida hj foi ótimo, como sempre!
    beijao em todos ai!!

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  2. Que bom que você gostou, Maju. É mais um incentivo para eu continuar escrevendo. Apareça mais. Bjs. com saudades.

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