Fotografei você com a minha Rolleiflex...
Pode
parecer estranho mas já fiz esta pergunta para inúmeras pessoas: “Se,
por uma infelicidade, ocorresse um incêndio na sua casa, quais objetos você
tentaria salvar?” Sempre tive a minha resposta na ponta da língua: “ Minhas
centenas de fotos e, se ainda tivesse tempo, a mochila com meu equipamento.”
Obviamente
a pergunta fazia mais sentido quando só tínhamos as fotos reveladas e copiadas,
quando não contávamos com o mundo virtual! Mesmo assim, acredito que a maioria das
pessoas ainda tem, assim como eu, muitas fotos já um tanto desbotadas, amareladas,
que não tiveram tempo de escanear. Se formos revê-las com certeza iremos
resgatar, lá no fundo da memória, lembranças de um tempo que sequer precisa de photoshop
para nos parecer tão perfeito!
Estão
entre as lembranças mais marcantes deste meu “tempo perfeito”, rolos de filmes
6X6, pequenas fotos em preto e branco, e uma linda Rolleiflex, que meu pai
usava com excelência! O mesmo não acontecia comigo ... Lembro da dificuldade que
eu tinha para enquadrar exatamente o que ‘pretendia’ fotografar, quando ousava
‘brincar” com a máquina. Sim, pretendia, porque fotografar era um hobby caro, o
filme só tinha 12 , 24 ‘poses’, não era pra ficar desperdiçando. Ah, como eu
gostaria de saber onde foi parar aquela máquina...
Fotos
também me trazem outra boa lembrança, esta um pouco mais recente: a do querido
Edinho, velho companheiro de Jornal do Brasil. Lá pelos anos de 1986/87, ele
ficava bem no fundo da sala da Arte do JB, entre alguns ‘jovens artistas’, como
Liberatti, Ique, Ary e Alliedo, retocando à mão fotos antigas, com uma
paciência e delicadeza de causar inveja a qualquer um. Edinho chegou a retocar
uma foto do casamento de meus avós maternos, que hei de encontrar no meio de
tantas outras, para depois publicar aqui.
Há
duas semanas algumas fotos feitas por mim, ainda na adolescência – época em que
todos achavam “cafona” fotografar! -, somadas a outras tantas, foram exibidas
num telão durante a festa de 50 anos de meus primos Beatriz e Marco Aurélio, em
Elói Mendes, sul de Minas Gerais. Foi emoção pura!
O
gosto pela fotografia, em nossa família, tem passado de geração em geração, o
que garante que ainda teremos muita emoção pela frente!. Taí o pequeno João, filho
de minha sobrinha e afilhada Cíntia, neto de minha irmã Eloísa – que também
adora fotografar, assim como nosso pai gostava – já de máquina em punho,
registrando para o futuro um pouco de sua história e de seu irmão Daniel!
Por
tudo isso, e muito mais, salvaria minhas fotos! Afinal, em cada uma delas está
gravado um capítulo da minha história ou daqueles que algum dia fotografei! Mas, como eu sei que esta história não terá um
fim tão cedo, só me resta, antes de colocar o ponto final, mandar dois recados para meu sobrinho-neto: ‘Bem-vindo
ao clube, João! Chame o Daniel e “bora” fotografar com a titia!’
Tia,
ResponderExcluirTambém pegaria minhas fotos, e com elas o computador, porque desde o nascimento dos meninos, consegui revelar algumas, mas a maioria está no computador! Tenho pastas e pastas de "fotos para revelar", esperando por um trocadinho no final do mês, mas que nunca aparece...
O João realmente gosta de fotografar. Na idade dele o Daniel também gostava um pouco, mas depois perdeu o interesse. Mas o João gosta de tirar e analisar as fotos. Muito bonitinho!!! Com certeza eles irão fotografar com você!!!
Beijos
Mais um lindo texto, Mariza Pelegrineti! Seu olhar e sua'pena' são privilegiados com sensibilidade! Parabéns e um beijão! =)
ResponderExcluirGostei! A Rolleiflex do pai estava aqui, mas o Bacana comeu.
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