Um novo mundo
Incrível como a vida da gente flui por caminhos diferentes dos que sonhamos ou imaginamos um dia e como, de uma forma generalizada, a história se repete a cada geração. O tempo não para, a tecnologia - descoberta, criada, desenvolvida pelos homens - nos atropela mas, apesar de todos os avanços, “apesar de termos feito tudo o que fizemos, nós ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”, como diria Belchior. Parece não fazer sentido, parece que estamos todos andando em círculos, mas o que move o homem, qualquer que seja a época em que tenha nascido, é sempre o sentimento que ele carrega com mais entusiasmo e determinação na juventude: o sentimento de mudança, de transformação.
Hoje pela manhã, ao abrir meu 'facebook', me deparei com duas ou
“Para quem nasceu nos anos 60, o mundo mudou tanto que parece que vivemos neste meio século muito mais transformações do que nossos ancestrais teriam vivido se chegassem a um século inteiro de vida...eu chego em 2013, prestes a fazer 50 anos mas com um teor estranho de juventude na linfa: percebo então que ainda me vejo alinhado às causas da juventude, a liberdade de expressão, a resolução de conflitos através da ampliação da capacidade de diálogo e não através de guerrilhas psicológicas ou outros tipos de violência, o deixar cada um ser o que é”...
Sete anos após Bayer postar seu texto no 'facebook', me vejo prestes a completar 58 anos, com o mesmo sentimento dele àquela época. Se não podemos ser “forever young” fisicamente, como diz a velha canção, acho que devemos, ao menos, tentar nos manter jovens no coração:
“...Ainda não realizamos o ideal de nossos corações. Nós queríamos outro mundo. Ainda queremos, e por isso em nossos corações ainda somos jovens. Com a rebeldia mais madura, ativando mensagens subliminares e antivirais filosóficos, um mundo novo ainda nos parece difícil... ainda nos sufoca a mentalidade dessa geração no poder..., com táticas de totalitarismo e omissões voluntárias (por conta de ser preferível dissimular e manter aparências do que tomar posições e reconhecer as próprias falhas quando estas acontecem)”.
Enxerga aí a semelhança com a época dos seus, dos meus, de nossos pais? Qual de nós um dia não acreditou que sua geração mudaria o mundo? Avanços aconteceram, claro, mas qual o sentimento que impulsiona cada passo que damos?
Eduardo Bayer em 2012 (foto de arquivo pessoal) |
Namastê, meu velho amigo Bayer, onde quer que você esteja...
Márcia Larangeira
ResponderExcluirQue bonito, Mariza Pelegrineti. E, devo confessar, como não tenho vindo muito por aqui no fcb, não sabia q Bayer havia falecido; descobri agora ao ler seu texto. Mundo estranho esse das redes sociais digitais: se a gente não põe a cara para espiar por esta janela, não nos são dadas outras possibilidades de convivência à distância. De uma certa forma, teu texto e o impacto da morte do Bayer me remetem duplamente a essa reflexão. Obrigada por me marcar no texto. Beijinhos e Namastê!
Responder
3 a
Mariza Pelegrineti
Márcia, que bom que você gostou! Que péssimo que eu tenha lhe dado esta notícia do Bayer! Acredito que a maioria de nós tenha sabido por aqui. Não dá mais pra escapar, estamos distantes uns dos outros, tocando nossas vidas, né mesmo? Bjs. e apareça mais!💖💖💖
Responder
3 a
Flávio Cândido
Lindo como o dia de sol que nos protege, mas não vai impedir de o tempo passar.
Responder
3 a
Mariza Pelegrineti
Aquele mesmo sol que embeleza nossas viagens ao Sarah, me distrai no caminho enquanto fotografo e continua nos fazendo acreditar - em meio às nossas conversas sobre a UFF, o futuro do cinema nacional , nossos famílias e política - que dias melhores virão, Flávio Cândido?
Responder
3 a
Editado
Flávio Cândido
Dando tempo ao tempo. Que ele venha e faça o que tiver que fazer com nossas vidas.
Responder
3 a
Mariza Pelegrineti
Flávio, que tenhamos discernimento para continuarmos enxergando sempre o lado bom do que vier! Bjs. no Francisco e na Lucia.😎😎
Responder
3 a
Selma Boiron
Ah, Mariza, saudades do Eduardo Bayer...dos anos 80s, de quem já fomos. Q bom q ainda somos por aqui e temos esta possibilidade dos reencontros virtuais. Bjão pra vcs e obgda por me marcar tb😘
Responder
3 a
Editado
Mariza Pelegrineti
Obrigada a você, Selma, por ler mais este texto meu. Bom mesmos termos estes encontros por aqui, vez por outra! Mas melhor foi você ter ido à minha exposição de fotos na Cultura Inglesa. Aliás, havíamos combinado uma pizza, que até hoje não rolou, né? Deixa esta onda passar....quem sabe vamos nós e mais alguns da turma da UFF? Sucesso sempre!📷📸📻📻🎙🎙
Responder
3 a
Editado
Selma Boiron
Obaaaa, pós Covid, tô dentro! 😉👏👏👏😘
Responder
3 a
Paulo Máttar
Me chama!!!
Responder
3 a
Roberto Falcão
Belo texto!!!
Responder
3 a
Cristina Freitas
Muito lindo Mariza! Sim, continuamos jovens, embora fisicamente já apareçam rugas. Seremos sempre jovens se tivermos esse ímpeto de querer um mundo diferente, com mais paz e amor ao próximo. Que possamos cada um, do seu jeito, fazer a sua parte na construção desse novo mundo. A revolução começa dentro de nós. Um beijo querida!!
Responder
3 a
Douglas Tourinho
Belo texto e bela lembrança do Bayer e seus escritos, Mariza! Beijão.
Responder
3 a
Valéria Veríssimo
Poxa, Mariza Pelegrineti não sabia do falecimento Eduardo Bayer. Incrível como mesmo que não tivéssemos sido muito próximos, tenho nítidas lembranças: flashes de sensibilidade, arte e irreverência. E que belo texto, me identifique muito. Acho que tive a sorte de ter vivido ao lado de pessoas incriveis na UFF mesmo. Um beijo para você e para o Valter. Assim que a quarentena passar, vamos promover um encontro. Saudade de todos.