Desempregada, mais de 50... E agora?




Juro que havia me esquecido, mas uma postagem no facebook me alertou: hoje, 7 de abril, é dia do jornalista. Parabéns a todos os meus “coleguinhas”! Ou “ex-coleguinhas”, sei lá! Não nego que esteja confusa! Só sei que estou quase acreditando que neste país, depois dos 50 anos, se você estiver desempregado, pode pendurar as chuteiras e desistir. Mesmo que tenha passado por grandes jornais e grandes empresas, tenha colegas espalhados pelas redações de diversos veículos e tenha um currículo honesto, a coisa complica. Não há head-hunter ou elogios ao seu trabalho que façam de você um a menos nas estatísticas de desempregados.

Falo por experiência própria. De maio de 2013 para cá enviei mais de 200, 300 currículos, para dezenas de empresas. Falei com muitos, muitos colegas, fui indicada para diversas vagas e não rolou nada... Incompetência minha? Modéstia à parte, garanto que não.  Falta de sorte? Talvez. Quem sabe eu nunca tenha estado no lugar certo, na hora certa? Estou mais para acreditar nesta máxima, pelo menos para não cair em depressão... Sei que não sou a única jornalista desempregada, mas, como diz a minha sogra, “a dor do outro não diminui a minha”. 

Bem, este texto não é para ser um rosário de lamentações.  É para afirmar que, apesar de desempregada, sempre tive - e continuo tendo - orgulho de ser jornalista. E mais – que não tenho o menor pudor de dizer que sou do tempo da máquina de escrever! Ah, que saudades da redação do velho JB, com suas olivettis e remingtons, da velha lauda, dos papéis carbono, da convivência com alguns dos melhores jornalistas deste país! Mas é bom deixar claro: queria este tempo de volta, mas com um bom computador e com a maturidade que tenho hoje, ok? Tenho saudades, mas não parei no tempo! Sei conviver bem com a tecnologia e com a garotada que hoje toma conta das redações. 


Aliás, isso me lembrou uma história do último emprego que tive. Numa das primeiras reuniões da nova gerente com a equipe – formada por mais ou menos 25 pessoas, a grande maioria com menos de 30 anos - uma jovem afirmou: “acho difícil esta equipe dar certo, pelo conflito de gerações”! E não é que ela tinha razão? Em poucos meses a equipe se esfacelou: alguns pediram transferência para outra gerência, alguns se demitiram, outros foram demitidos.  Hoje, aquela equipe não existe mais. Nem deixou saudades. Conflito de gerações? Não creio, estou mais para "culpa do sistema". Hoje é tudo tão rápido que não houve tempo para se criar raízes. O que restou? Apenas a certeza que 'a fila anda...'

Comentários

  1. Mariza, devagarzinho as coisas se ajeitam! Ah, sim: eu também, como você, tenho muito orgulho de ser jornalista!!!! bjo

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