O meu Natal inesquecível

Era uma vez uma mãe de dois lindos meninos – um com dois anos e o outro com nove, que sonhavam com uma irmã. Um dia ela começou a ser “pressionada” pelo mais velho: “ mãe, já fui filho único por sete anos. E meu irmão, vai crescer sem ter um irmãozinho com idade mais "parecida" com a dele pra brincar? “ Mais uma vez, a mãe cedeu aos apelos do primogênito. Antes ele havia feito, durante meses, uma campanha para ganhar um irmão, espalhando pela casa dezenas de bilhetinhos: “não esqueça do meu irmãozinho”, tendo a “babá” como sua mais forte aliada! Segundo o pai, na verdade, bastava a mãe perceber que a situação financeira estava um pouco melhor para decidir ter mais filho!  Uma injustiça!

Tendo este ou aquele motivo para engravidar - não importa qual tenha sido - a mãe repetiu os scripts anteriores e ao longo   dos nove meses de gravidez não soube nem deixou que os médicos  contassem para alguém qual era o sexo do bebê! E foi assim que ela recebeu, no dia 15 de dezembro de 2000 – há exatos 15 anos – o presente de Natal mais lindo e perfeito que uma mãe pode sonhar: um filho – ou uma filha – saudável! E não é que veio uma menina? Foi só então que o pai correu para comprar a primeira bonequinha! As tias trouxeram vestidinhos, lacinhos e afins...Só esqueceram do babador para os pais, que pareciam não acreditar que haviam ganho mais este presente na vida!

Bem, o irmão mais velho fez a campanha para ela ser gerada. Ao mais novo coube a escolha do nome: Gabriela. A mãe havia escolhido Isabela, mas não resistiu ao ouvir inúmeras vezes o pequeno afirmar: “a minha  irmã vai se chamar Gabiela!” Assim mesmo, sem o R! E assim os três  cresceram, sempre juntos e misturados! Muito diferentes, mas extremamente ligados.

As brincadeiras entre eles sempre foram um mix dos mundos masculino e feminino. As poucas Barbies que Gabriela ganhou viraram adversárias do Falcon. Acho que elas jamais “sonharam” com o Ken! A boneca favorita foi a Emília, do Sítio do Pica-pau amarelo. E o nome dela era “pau-pau”, muito mais fácil de falar do que Emília! Também não demorou muito para ser trocada pelo computador e os “minecrafts” da vida! Daí para os thumblrs, twiters e séries e mais séries no netflix foi um pulo. Brincar de casinha? Jamais!!

Será que é esta a explicação para a eterna e assustadora bagunça que ela faz? Para as portas e gavetas sempre abertas? Para o inexplicável sumiço das tampas dos controles remotos? Por esquecer tudo, sempre? Sai para o cinema, esquece a carteirinha da escola; vai para a festa, esquece o documento! Vai pra casa da amiga, o carregador de celular não volta...Fora a mala, ENORME,  com todas as roupas deixadas no corredor do hotel em Roma... Só quando a mãe foi conferir a bagagem no aeroporto -  pertinho do hotel, coisa de mais de 50 km! –  ela se  lembrou! Mais uma vez o irmão mais velho a salvou.  No mesmo taxi retornou disparado a Roma para buscar a bagagem. Sequer sabíamos se ainda estaria  lá! Por sorte estava no mesmo lugar e o irmão conseguiu voltar a tempo de embarcar. Mais de uma hora de tensão e choradeira no aeroporto e a carteira com muitos euros a menos!!

Mesmo assim, com  todas estas histórias – e muitas outras que teria para contar - os  pais colecionam vitórias e alegrias desde que Gabi nasceu, no dia 15 de
dezembro de 2000. Tricolor de coração – como a mãe – ela não esquece a importância da família em nossas vidas. Também nunca precisou ser lembrada que precisava estudar. Sempre foi independente na escola. Diz que quer ser atriz: sua primeira subida aos palcos já foi como rainha! Se vai seguir carreira, não sei, a escolha será dela. O que nós queremos, de coração, é que ela continue sendo a nossa menina, que praticamente todos os dias diz que nos ama.  E que nós amaremos incondicionalmente e eternamente. Seja ela a Gabriela, a Gabi, a Bibi, a Pequena, a Bibica, a Gabrielba ou a Gabrielinda!

Feliz Aniversário, filha querida! Te amamos!