Basta

Cerimônia de abertura emociona e marca início da Olimpíada 2016 Diego Vara/Agencia RBS

Basta, não quero mais ser filha do “país do futuro”! Para mim, este já é um papo do passado! Imagino que milhões de brasileiros pensem da mesma forma que eu. Acredito piamente que domingo, ao finalizarmos as Olimpíadas do Rio, fechamos este ciclo. Mostramos para os povos de todos os continentes que “o Brasil do amanhã”, definitivamente, já virou – perdoem-me o trocadilho - coisa de museu!! Ao vivo e a cores todos viram que sim, temos condição de receber em nossa casa qualquer pessoa, de qualquer nacionalidade, raça, cor ou credo. Na verdade, não só receber, mas sim acolher. Fazemos isto tão bem, com tanta naturalidade e excelência, que a maioria ao voltar ao ‘seu mundo’ leva na bagagem muito mais do que esperava encontrar ao descer do avião por nossas paragens. Fotos e lembranças de um país do terceiro mundo, de uma nação em desenvolvimento, arrasada pela crise política, sem regras, leis e ao Deus dará? Fotos de um povo apático, doente, esquecido? Sinto muito, Ryan Lochtes, se esperavam por isto, desembarcaram no país errado!


Em 15 dias recebemos centenas de atletas, milhares de turistas, com todas as honras da casa. Em contrapartida, entramos via satélite nas casas deles, mostrando que nosso povo tem muito mais do que samba no pé e futebol, que há muitas outras ‘bossas novas’ e que podemos sim ter orgulho de ser brasileiros. Cada um de nós – Gisele, Pelé, Neymar, Caetano, Marta, Thiago, Serginho, Débora, Rafaela, Gil, Alison, Martine, Robson, Bruno, Felipe, Paulinho, Guga, Hortência, Zeca,  Kahena - para citar somente alguns, mostrou que a criatividade e a garra continuam a ser nossas marcas registradas! Pode parecer muito, mas carregamos em nosso DNA ainda mais do que tudo isto. Apesar de todos os problemas que não negamos existir, carregamos uma alegria e um orgulho sem iguais, única e exclusivamente por sermos brasileiros. Talvez, nos últimos anos, tenhamos deixado a crise nos abater um pouco. Natural, não somos imunes às crises, ao desemprego, às pragas, aos corruptos, à miséria, ao desamor. Somos humanos, bolas! Mas sabemos que todos estes desvios ou infortúnios não são privilégio nosso, estão espalhados por onde o homem passa! Sabemos, também, que uma hora, tudo isto passa!



Somos o Brasil do hoje, do agora! Não vivemos à sombra do Cristo Redentor ou do Pão de Açúcar. Não podemos ficar admirando diariamente a Lagoa Rodrigo de Freitas, caminhando pelas praias de Copacabana, Ipanema e Leblon, saltando de parapente do Parque da Cidade de Niterói! São monumentos lindos, locais maravilhosos! Quem há de negar? Mas o Rio de Janeiro é mais. O Brasil é muito mais! Nós,  brasileiros, não vivemos nas praias o ano todo. Não ficamos bronzeados 365 dias ao ano, não cruzamos o sambódromo mais do que duas vezes ao ano. O que fazemos é batalhar, correr atrás de nosso ganha pão honestamente – a grande maioria de nós - sem deixar de lado a alegria. Buscamos, apesar de todos os Cunhas, Temers, Sarneys, Calheiros, Costas,  Odebrechts, Cavendish e tantos outros que não vale nem à pena citar, carregar conosco a certeza de que podemos ser o país do presente. Do nosso presente! Um país bonito por natureza. Um país que, de ponta a ponta, é formado por gente das mais diferentes origens, de inúmeras raças, cores e crenças. E que somando esta diversidade formou uma nova “gente”. Uma gente brasileira, que chora de emoção, que brinca, que vibra e que mais do que tudo acredita no poeta Caetano quando ele canta:

“Gente é pra brilhar, gente é pra ser feliz...
Gente quer comer
Gente que ser feliz
Gente quer respirar ar pelo nariz
Não, meu nego, não traia nunca
essa força não
Essa força que mora em seu
coração
.... Gente é pra  brilhar, não pra morrer de fome!”

‘Bora, Brasil! As Olimpíadas acabaram, mas temos um País pra botar nos eixos. É essa a hora. É essa a nossa hora!

 “O melhor lugar do mundo é aqui, e agora....”

A CAsa da Transformação - Boulevard Olímpico




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