Com ou sem emoção?


                                                                                                                        fotos:AFP

Levará a primeira medalha de ouro desta Olimpíada aquele que achar um, somente um ‘infeliz' que disser que não gostou da cerimônia de Abertura dos Jogos, realizada ontem no Rio de Janeiro. Hei de confessar: ao assistir de casa fiquei com ‘inveja’ de meus colegas jornalistas que tiveram a oportunidade de cobrir o evento – surpreendente, deslumbrante, impecável, inovador e inesquecível, obviamente.

Ao longo da abertura, fiquei lembrando do tempo em que no meu último
trabalho nossas equipes organizavam grandes eventos, com muitas autoridades.  Vale lembrar que ontem o que tivemos não foi um grande evento, e sim foi O EVENTO! Enfim, àquele tempo eram necessárias inúmeras reuniões – com muitas opiniões e discussões -  até chegarmos a um denominador comum e fazer o evento acontecer! Fico pensando como foi organizar esta abertura. Taí uma adrenalina que eu gosto!                                    

                                                                           
Apesar de ser apenas uma coadjuvante  da produção, já que meu trabalho era o de divulgação e posterior cobertura dos eventos, jamais me esquecerei de uma frase que sempre surgia durante as reuniões da galera da “produção”, ou seja, da equipe que verdadeiramente faz o evento acontecer: “Devemos sempre pensar como se fôssemos o “advogado do diabo”!” O que significa isto? Significa que devemos sempre nos antecipar a qualquer imprevisto, imaginar o que poderá dar errado em qualquer escolha que fizermos, para evitarmos um acidente. Pode ser qualquer coisa – um tapete mal pregado ao chão, que leve alguém a tropeçar, um fio no meio do caminho, uma falta de informação para os participantes.  Aprendi que esta frase é fundamental para que tudo dê certo. Mas aprendi que ainda mais importante é definir o objetivo principal do evento e não tirá-lo do foco.

Aí volto à noite de ontem para apostar: o foco principal de todos os responsáveis pela abertura das Olimpíadas 2016 foi a emoção. Não houve – pelo menos para mim – um só momento em que a emoção tenha ficado de lado, seja na surpresa de belas imagens; no casamento perfeito entre tecnologia e malemolência; na elegância de Gisele ao desfilar, sem jamais sair do ‘tom’; na mistura de criatividade e ousadia; na escolha dos músicos e suas canções inesquecíveis (bem, esqueçamos da Anita...); Paulinho da Viola e o hino nacional; celebridades do esporte e voluntários; a emoção e o tremor de Nuzman X sua voz firme; o coro de crianças de minha Niterói; a participação do gigante Oscar ajudando a carregar a bandeira; a entrada do Guga no Maracanã com a Tocha;  a entrada de todas as delegações e na mistura de autoridades e povo (em tempo: Fora Temer!!) – a emoção estava ali, latente!

Foi uma noite que já entrou para a história de nosso País e dos jogos olímpicos! Sem dúvida ficamos todos com medo que não desse certo, mas bastou começar para ‘viajarmos’ na vibe dos criadores deste espetáculo! Organizadores ou nós, simples espectadores - mas especialmente nós, espectadores brasileiros - cantamos com o Zeca Pagodinho: “...deixa a vida me levar, vida leva eu...sou feliz e agradeço por tudo o que Deus me deu" ! Cantamos e ao longo de todo o evento ficamos com aquele friozinho na barriga característico de quem um dia, ao passear pelas dunas de areias de Natal, no Rio Grande do Norte, ouve do motorista do Booggie: “vai ser com ou sem emoção?”  


Comentários

  1. Sou sua fã, não nego!
    Parabéns, que bom que dispensou um tempo para compartilhar conosco suas poucas palavras que descreveram com perfeição esse evento espetacular.

    P.S. A propósito:"quando eu crescer vou escrever assim" grande beijo

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Valeu ter escrito! Além de receber este carinho especial o texto nos colocou em contato novamente, depois de tantos meses sem trocarmos qualquer mensagem, Flavia Correa! Obrigada por tudo. Por onde andas? Ainda em São Paulo? Bjs.com saudade.

      Excluir

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